Gurizada do Cruzeiro disputa a Segundona Gaúcha

Gramados ruins, catimba, provocação, intimidação, carrinho, força, retranca, zagueiros desleais, volantes carniceiros, falta de habilidade... Essas são algumas lembranças que vêm à mente quando se fala da Segundona Gaúcha de futebol, um campeonato com nível de competitividade elevado. Somente quem tem huevos, como dizem os argentinos, consegue chegar às fases finais do certame.

Para enfrentar esse cenário, o Cruzeiro de Porto Alegre aposta nas suas divisões de base. O elenco é formado por grande parte do time vice-campeão gaúcho de juniores, em 2008, e conseguiu classificar-se à segunda fase. Porém, a passagem para o octogonal decisivo está difícil - faltando duas rodadas para o término, é o lanterna de sua chave. A inexperiência dos jogadores - a média de idade é de 22 anos - pesou em alguns momentos e tirou pontos que custaram a vaga à próxima etapa.

Confira as entrevistas com Rafael Porto, supervisor de futebol, e Jô, meia-atacante.




O supervisor de futebol Rafael Porto lembra que o clube tem como proposta a formação de jogadores. Segundo ele, no ano passado foi realizada uma peneira com a participação de mais de 400 jovens - dos quais 25 foram selecionados. Além das equipes junior, juvenil e profissional, o clube desenvolve um trabalho social, por meio de vagas subsidiadas para meninos carentes em sua escolinha. O treinador Benhur Pereira confirma que a ideia principal do clube é a base: "O Cruzeiro investe nos jovens". E ressalta: "O resultado maior é o interesse dos outros times nos nossos jogadores".
O trabalho focando a formação de atletas começou a ser realizado recentemente. Após a transferência do atacante Rafael Sóbis do Internacional para o Betis/ESP, em 2006, o clube faturou uma boa quantia atráves do mecanismo de solidariedade da Fifa. Por Sóbis ter passado pelo Cruzeiro, houve uma compensação de aproximadamente 500 mil reais. Desde então, o empréstimo e a venda de jogadores destacados se tornou fonte essencial para manter as finanças em dia.

Meia habilidoso vai para o Internacional

Atualmente, o meia-atacante Jô, de 19 anos, é uma das maiores promessas do Cruzeiro. No clube desde 2007, participou da disputa do Campeonato Gaúcho de Juniores no ano passado. "Foi bom pra nós, bom para o Cruzeiro (...) Aprendi muito e despertei o interesse de outros clubes", diz o jogador que está sendo negociado por empréstimo ao Internacional. Sem menosprezar o clube que o projetou, garante que ficaria feliz se a negociação for concretizada: "O sonho de todo o jogador é jogar em um grande clube".
O clube se prepara agora para a disputa da Copa Federação Gaúcha de Futebol e, de acordo com o treinador, brigará pelo título. Contudo, ele afirma que a falta de experiência da equipe pode trazer alguns prejuízos na competição. Para ele, seria interessante para o Cruzeiro ter alguns jogadores mais experientes no plantel - o que esbarra na limitação financeira.


Assista às entrevistas de Benhur Pereira, treinador, e Eduardo de Assis, preparador físico




Há um ano e meio no clube, o preparador físico Eduardo de Assis Jerônimo também aborda as dificuldades enfrentadas que, segundo ele, são dribladas com criatividade. No seu trabalho, busca melhorar o condicionamento físico dos atletas, sem esquecer também da preparação mental dos jovens: "Buscamos o alto rendimento e o melhor comportamento em campo", afirma. Segundo o preparador, por se tratar de um grupo homogêneo, com jogadores jovens, o trabalho é facilitado. Nos treinamentos, são realizados trabalhos de melhorias na parte aeróbica e anaeróbca e de força e explosão, além de reforço muscular para alguns jogadores. Há também cuidados específicos para evitar lesões e orientações com relação à alimentação dos atletas.O clube

O Esporte Clube Cruzeiro foi fundado em 14 de julho de 1913. Tem como sede o Estádio Estrelão, localizado na Zona Norte de Porto Alegre. O clube se orgulha de ser o pioneiro (fora do eixo Rio-São Paulo) a jogar na Europa - em 1953, fez uma excursão à Europa, Ásia e Oriente Médio. Na ocasião, enfrentou diversos clubes. Destaque para o empate em 0 a 0 com o Real Madrid, penta campeão europeu da época. Sua maior conquista foi o Campeonato Gaúcho de 1929.


Foto 1 (Futuro Esportivo) - Cruzeiro tenta reviver o passado de glórias.
Foto 2 (Futuro Esportivo) - O objetivo para o segundo semestre é ganhar a Copa FGF.
Foto 3 (Futuro Esportivo) - Comissão técnica do Cruzeiro. Da esquerda para a direita: Rodrigo Carvalho (preparador físico), Eduardo de Assis Jerônimo (preparador físico), Benhur Pereira (técnico) e Cléber Sgarbi (preparador de goleiros)
Foto 4 (Futuro Esportivo) - A preparação física dos atletas é essencial.

Velejar é preciso

Ao longo dos anos, o Clube dos Jangadeiros consolidou-se como uma das principais potências da Vela brasileira. Saíram do clube nomes como Alexandre Paradeda, campeão Pan-Americano em 2007, e Fernanda Oliveira, medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim.

Ratificando essa tradição, três jovens promessas do Jangadeiros têm presença garantida no Campeonato Norte-Americano de Optimist, que ocorrerá entre 30 de junho e 8 de julho, na República Dominicana. Rodrigo Fasolo (13 anos), Júlia Silva (13) e Luís Augusto Mergel (12) destacaram-se entre 180 velejadores de todo o Brasil que brigavam pelas vagas.

Fasolo é apontado como uma grande promessa e possui experiência em torneios internacionais. Em 2008, disputou o Campeonato Europeu. Ele conta que iniciou no esporte aos nove anos de idade somente para acompanhar o pai e o irmão, mas, desde então, não saiu mais. Sua rotina inclui treinos todas as quartas e sextas-feiras, além de três finais de semana por mês.

- Eu já corri três Campeonatos Brasileiros e três seletivas, que também ocorrem no Brasileiro, mas classificam para o Norte-Americano, Europeu ou Mundial. Ano passado, eu fui pro Europeu e adquiri experiência. Agora vou pro Norte-Americano e pretendo chegar entre os 50 melhores - relata.

Confira na íntegra a entrevista com o velejador Rodrigo Fasolo, da classe optimist



A escola Barra Limpa

Fundado em dezembro de 1941, por iniciativa do empresário e desportista Leopoldo Geyer, o clube dos Jangadeiros nasceu com o objetivo de levar a Vela, esporte que fascinava Geyer, para a zona sul de Porto Alegre. Até então, a prática do Iatismo limitava-se à zona norte, ao longo do Cais dos Navegantes. Por isso surgiu a ideia de construir um clube na Baía da Tristeza.

Trinta e quatro anos depois, no dia 13 de dezembro de 1975, nasceu a escola de Vela Barra Limpa, no Jangadeiros. O nome foi dado em homenagem a um jovem sócio que tinha esse apelido e havia morrido em um acidente de carro na capital gaúcha. Os pais do rapaz financiaram a obra da estrutura, que desde então proporciona aos jovens uma maneira de apreciar a natureza e a prática do esporte.

A Barra Limpa é pioneira na formação de velejadores no Rio Grande do Sul e já foi considerada uma das melhores escolas do Brasil pela revista Veja. Caroline Boening, professora da escola desde 1996, destaca a importância do trabalho feito no clube.

- Durante todos esses anos de trabalho no clube, a equipe tem conseguido unir qualidade e segurança. Ou seja, formar o velejador dando condições para que ele possa competir em alto nível e orientar medidas de segurança, que são muito importantes para esse esporte - afirma.

No início, a criança começa no barco em dupla, até adquirir confiança e conseguir velejar sozinha. Logo depois, inicia-se outro nível, o de Regatas, onde o jovem começa a ser estimulado e trabalhado visando às competições. Após, o aluno vai para a Flotilha - grupo de velejadores de diferentes classes. O grupo de Flotilha da classe Optimist representa o clube em regatas estaduais, nacionais e internacionais.

Aluna iniciante da Barra Limpa velejando




A escola de Vela Barra Limpa é aberta ao público em geral. Não há necessidade de ser sócio do Jangadeiros para praticar o esporte. É cobrada uma mensalidade e o clube fornece barco, colete salva-vidas e o material didático.


Flotilha do jangadeiros se prepara para as competições




Esporte vitorioso

A Vela é o esporte que mais deu medalhas olímpicas ao Brasil. No total, foram 16 conquistas. Mesmo sendo estigmatizada como um esporte elitista e de pouco apelo popular, a cada edição dos Jogos Olímpicos velejadores como Robert Scheidt, por exemplo, são esperança de triunfos para o país.
O esporte se divide em classes, e cada uma delas possui características distintas em função do barco. A Jangadinha é para crianças de quatro a sete anos de idade. O barco Optimist serve para a iniciação de crianças dos oito aos 15 anos. Os barcos Laser, Day Sailer, Dingue, Snipe, Tropica e Hobie Cat são para os adultos a partir dos 15 anos. É importante ressaltar que a prática do esporte não está condicionada à idade. Inclusive, na Barra Limpa, existem turmas para alunos das mais diversas faixas etárias.

Foto 1 (Futuro Esportivo) - Barco da classe Optimist é para crianças dos oito aos 15 anos de idade.
Foto 2 (Futuro Esportivo) - Professor ajuda aluna a montar o barco.
Foto 3 (Futuro Esportivo) - Velejadores entrando na água para o treino.
Foto 4 (Futuro Esportivo) - Flotilha da classe Optimist treina visando às competições.

Canoagem forma atletas e cidadãos

As aulas de canoagem em Guaíba, organizadas pela Guahyba Associação de Canoagem (GAC), fazem um trabalho que visa transformar o esporte em meio de inclusão social e a formação de atletas de alto nível. Por meio de um projeto, a GAC atende atualmente cerca de 40 jovens de 10 a 18 anos, que devem estar devidamente matriculados no Ensino Fundamental. As aulas ocorrem duas vezes por semana - terça-feira e sábado - em sua sede, localizada no Parque da Juventude, nas margens do Rio Guaíba.

Os alunos recebem todo o material necessário para a prática da modalidade: roupas, equipamentos, lanche, além de suporte para participar de competições. A participação nos campeonatos estaduais é incentivada pelos professores, que avaliam os melhores alunos, formam uma equipe para treinamento mais rígido, focada nos torneios iminentes, e os acompanham nos eventos.

O passo seguinte é a filiação na Confederação Brasileira de Canoagem (CBN), órgão responsável pela organização das competições e regulamentação dos campeões de cada modalidade. O registro é feito pela própria GAC, sem custos para os alunos.

O professor Carl Mallmann dá aulas há três anos e destaca a importância do esporte na vida dos jovens:

- Temos um aluno que superou problemas com a família através do esporte. Quando chegou aqui, não podíamos nem falar alto com ele. Hoje, ele é amigo de todos e um ótimo aluno - destaca.

Questões referentes ao meio ambiente também são abordadas. Entre os alunos, são formadas equipes de monitores ambientais que são orientadas para realizar atividades previstas no calendário anual como, por exemplo, a limpeza da orla do Rio.

A assiduidade nas aulas é essencial para a continuidade dos treinos, sendo admitidas apenas três faltas. Professores e estagiários trabalham sério com o intuito de disciplinar os jovens.

- Essa disciplina será importante para a vida profissional deles. Queremos formar aqui atletas comprometidos. Por isso, ninguém sai daqui enquanto todo o material não estiver guardado. Eles respeitam e gostam disso - ressalta Paulo Roberto, mais conhecido como "Pirata" e integrante do projeto há 18 anos.

O apoio dado nas competições externas, a disciplina exigida e os eventos internos estimulam os alunos e atraem muitos jovens às aulas. A extensa lista de interessados nunca pode ser suprida pelo caráter simples, porém bem focado, do projeto.

Muito mais do que fomentar atletas profissionais - como Edson Silva, que iniciou na canoagem de Guaíba aos 13 anos e conquistou medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007 - a Guahyba Associação de Canoagem forma cidadãos.


Foto 1 (Futuro Esportivo) - Com aulas realizadas no Rio Guaíba, os alunos se defrontam com um cenário inspirador.
Foto 2 (Futuro Esportivo) - A sede da Guahyba Associação de Canoagem localiza-se nas margens do Rio Guaíba.
Foto 3 (Futuro Esportivo) - Cerca de 40 alunos fazem parte do projeto.
Foto 4 (Futuro Esportivo) - É dado todo o suporte necessário para a prática do esporte.

Grêmio Náutico União investe na formação de ginastas

A ginástica artística, também conhecida no Brasil como ginástica olímpica, faz parte dos Jogos Olímpicos desde 1896. Inicialmente, somente homens praticavam o esporte. Somente a partir de 1928 que as mulheres começaram a competir. A atual forma de prática foi definida em 1950. É uma modalidade de caráter individual, até mesmo quando se compete em equipe.

Os homens disputam provas em seis aparelhos e as mulheres em quatro. Os aparelhos masculinos são: solo, salto sobre a mesa, cavalo com alças, barras paralelas, barras fixas e argolas. Os femininos são: trave, solo, salto sobre a mesa e barras assimétricas.

Sediado em Porto Alegre, no bairro Moinhos de Vento, o Grêmio Náutico União (GNU) é um tradicional formador de ginastas. Por suas escolinhas, pré-equipes e equipes já passaram nomes como Daiane dos Santos, campeã mundial no solo, e Mosiah Rodrigues, campeão Pan-americano.

De acordo com a professora Luciana Araújo, a partir dos três anos de idade a criança já pode iniciar os treinamentos na ginástica artística. Para as escolinhas, a rotina de treino é de duas a três vezes por semana. Quem apresenta aptidão para seguir no esporte, é convidado a fazer um teste, de onde são selecionados os alunos da pré-equipe. Os que forem bem sucedidos podem integrar as equipes do União, que representam o clube em competições. Nessa etapa, a carga de treinamentos chega a seis dias na semana.

Confira na íntegra a entrevista concedida pela professora Luciana Araújo ao blog



Lucca Miorelli, oito anos, já é um dos integrantes da pré-equipe do clube. Treinando há quatro anos, tem uma exigente rotina de treinamentos, cinco dias por semana. Admirador de Diego Hypolito e Mosiah Rodrigues, diz gostar dos treinos e já tem um objetivo traçado: - Estou me preparando para competir em novembro - afirma, referindo-se ao Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística (categorias pré-infantil e infanto-juvenil) que acontecerá em Praia Grande, São Paulo.

A mãe, Márcia Miorelli, costuma acompanhar os treinos do filho, e garante que, apesar da rotina pesada e das exigências do esporte, Lucca consegue conciliar a prática aos estudos.

- Ele é super organizado. Esse é um dos fatores que fizeram ele se dar bem no esporte - destaca.

Perguntada sobre a possibilidade de o filho seguir a carreira de atleta, ela diz que a decisão será dele, mas que o apoiará no que escolher.

- O clube dá todo o apoio e nós (os pais) incentivamos do jeito que podemos. Ele já tem um objetivo, que é disputar as Olimpíadas. Mas ele é quem vai decidir - ressalta.

Veja como é o treinamento dos ginastas do GNU




Foto 1 (Futuro Esportivo) - Inicialmente dominada pelos homens, hoje a ginástica artística é um dos esportes mais praticados pelas mulheres.

Trocando de faixa

Com uma proposta de lazer, disciplina e formação social, os clubes e as escolas de esportes despontam como uma atividade importante e incentivadora de profissões na vida de crianças e adolescentes. A Sociedade Ginástica de Porto Alegre (Sogipa), conhecida como um celeiro de craques, oferece diversas opções de modalidades esportivas. Dentre as mais procuradas está o judô, que, como as demais, estimula uma vida saudável, bem como uma carreira no esporte através da conquista de títulos.

O departamento de Judô da Sogipa, fundado em 1968, já formou vários campeões de renome mundial como Mariana Martins, que esteve na Olimpíada de Sydney (2000); João Derly, atual bi-campeão mundial da categoria meio-leve; e Tiago Camilo, medalha de prata na Olimpíada de Sydney (2000) e bronze em Pequim (2008).

O exemplo de João Derly, que tem sua foto estampada na parede do ginásio, é o que impulsiona os pequenos alunos do professor Daniel Pires a se dedicarem à luta. Segundo Pires, que pratica judô há 22 anos e dá aulas há 12 na Sogipa, a procura é mais pela disciplina necessária ao judô. "Sendo uma luta de tradicação japonesa, temos muitas regras a cumprir e hierarquias a obedecer, o que é bom para as crianças", afirma.


O objetivo é a iniciação esportiva e, também, contribuir para o desenvolvimento físico, cognitivo e social. Um grande incentivo é dado através da realização dos campeonatos internos do clube, que preparam para futuros desafios em âmbito estadual e nacional.

As aulas, abertas a partir dos quatro anos de idade, são divididas em duas partes: aquecimento e desenvolvimento de técnicas de amortecimento. Os alunos fazem teste a cada seis meses para a troca de faixas, que são respectivamente: cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom e preta. A tão sonhada faixa preta só pode ser recebida a partir dos 16 anos. As competições fora do clube só podem ser disputadas depois da realização do registro na Federação Gaúcha de Judô e após a conquista da faixa laranja.
A participação dos pais, professores e alunos nas aulas e nos campeonatos faz com que o objetivo da integração seja satisfatório e, por isso, muitos alunos se dedicam e escolhem o esporte como uma profissão. Dora Nunes, mãe do judoca Henrico Nunes, ressalta a importância do suporte ao filho: "incentivamos ele ao esporte, se ele quiser seguir a carreira sempre vamos apoiar".

Foto 1 (Futuro Esportivo) - A disputa pelos primeiros lugares do torneio interno foi acirrada.
Foto 2 (Futuro Esportivo) - Os futuros judocas se preparam para competir.
Foto 3 (Futuro Esportivo) - Premiação da categoria mirim.

A arte e a técnica de montar

O hipismo é o único esporte olímpico em que se tem a presença de dois seres vivos, o homem e o cavalo. Nele, homens e mulheres competem em igualdade. Muitas vezes, o esporte é confundido com a equitação, que é a arte de aprender a montar. Integra o programa dos Jogos Olímpicos desde 1912.
A escola de equitação Hípica do Vale, localizada em Lomba Grande, no Vale dos Sinos, forma cavaleiros desde 1991. De acordo com Ricardo Kroeff, proprietário do local, "montar é uma questão de arte e técnica".

A partir dos quatro anos de idade, a criança pode começar a praticar o esporte com as turmas de baby class. Com o desenvolvimento de domínio e equilíbrio do cavalo pela criança, ela se torna mais segura e confiante. A continuação da prática do esporte permite a escolha entre as seguintes modalidades: Polo, Salto, Enduro, Adestramento, Hipismo e Horse Ball.

A Hípica do Vale destaca-se pela formação de campeões. Mateus Tomazetto e Rafael Collares são exemplos de atletas promissores que ganharam valorosos prêmios recentemente.

Para Rafael Collares, 15 anos, que treina desde os oito, o hipismo vem em primeiro lugar. Sua dedicação já lhe rendeu diversos títulos. Entre eles estão a Copa Athina Onassis International Horse Show 2007 e a Copa Sul de Saltos 2007, ambos na categoria mirim. Segundo Collares, as perspectivas para 2009 são ótimas: "Estamos com bons cavalos. Vale salientar que desde 2007 contamos com o auxílio da empresa Motomarc em parceria com a prefeitura de Porto Alegre, que nos ajudou a participar de campeonatos pelo país inteiro.

Já o cavaleiro Mateus Tomazetto, também com 15 anos, conquistou importantes prêmios como a Liga Hípica do Vale dos Sinos (LHVS) e a Copa Gerdau 2009. Além disso, teve boas participações em competições regionais e nacionais. Praticante do esporte há seis anos, Tomazetto treina de três a quatro vezes por semana e, mesmo assim, consegue conciliar o esporte com os estudos. Contudo, admite precisar, em muitas ocasiões, abrir mão da diversão em prol do hipismo. "As horas de sono são muito importantes. Temos que estar bem concentrados para as atividades", enfatiza.

Foto 1 (Divulgação) - Mateus Tomazetto já ganhou diversas competições.
Foto 2 (Divulgação) - Rafael Collares exibe o prêmio da Copa Athina Onassis 2007.
Foto 3 (Futuro Esportivo) - A Hípica do Vale possui uma estrutura propícia para a formação de cavaleiros.

Copa Gerdau de Tênis é um caminho para o profissionalismo

A Copa Gerdau é uma das principais competições de Tênis juvenil do mundo e a mais importante da América Latina. Em 2007, foi elevada pela ITF (Federação Internacional de Tênis) ao grupo A do esporte, juntando-se a torneios como Wimbledon, Roland Garros e US Open. Disputada por tenistas de diversos países, divide-se nas categorias 12, 14, 16 e 18 anos, com chaves masculinas e femininas de simples e de duplas.

Desde sua primeira edição, em 1984, é patrocinada pelo grupo Gerdau. Andy Roddick, David Nalbandian e Gustavo Kuerten são alguns dos que passaram pela competição e que mais tarde se destacariam no cenário mundial do Tênis. Com jogos sediados na Sogipa e no Leopoldina Juvenil, a Copa Gerdau serve como uma vitrine para os jovens esportistas que almejam seguir uma carreira profissional.

- Começar (a carreira) ganhando uma Copa Gerdau é um impulso, é um exemplo, é tudo pra essa gurizada. Seria bom que existissem mais torneios como este - defende a ex-tenista Yone Borba Dias, de 82 anos.

Ainda em atividade, jogando partidas amistosas em dupla, Yone considera "importante e necessário" o incentivo ao esporte juvenil, pois "o brasileiro tem vocação para o esporte".

A 26ª edição da Copa Gerdau de Tênis trouxe de volta a Porto Alegre uma das maiores promessas do esporte brasileiro. Na manhã do último domingo (29), o pernambucano José Pereira Junior, de 18 anos, sagrou-se campeão do torneio pela terceira vez consecutiva. Na final, ele derrotou o norte-americano Tennys Sandgren por 2 sets a 1, com parciais de 4/6, 6/1 e 6/4.

O título marca o fim da trajetória do tenista antes de se tornar profissional. Admirador de Rafael Nadal, Zé Pereira ressalta a raça e a determinação do ídolo nas partidas como um exemplo a ser seguido e se considera um "jogador que jamais desiste". Às vésperas de se tornar um profissional, o jogador reconhece a importância dos campeonatos juvenis, como a Copa Gerdau:

- Representa demais esse título (...) mas não se deve pensar só em ganhar, mas encontrar um caminho para ser profissional.

Após receber o troféu de campeão da principal categoria do torneio (simples masculino, até 18 anos), Zé Pereira dedicou o título ao pai e agradeceu ao apoio da torcida presente ao evento:

- Gostaria de agradecer a todos, não sei se teria conseguido sem vocês.

Foto 1 (Futuro Esportivo) - Disputada há 25 anos, a Copa Gerdau de Tênis é um caminho para o profissionalismo.
Foto 2 (Futuro Esportivo) - Zé Pereira derrotou na final da categoria simples/18 anos o norte-americano Tennys Sandgren.
Fotos 3 e 4 (Futuro Esportivo) - Após sagrar-se tri campeão do torneio, Zé Pereira comemorou efusivamente com seu treinador.